sexta-feira, 16 de julho de 2010

simples


* desconheço a autoria da imagem

é momento em que a chuva negra liberta de mim a noite; e vejo de volta a necessidade de se fazer dia em mim - o dia, um espantalho que me sorri na xícara fumegante... de ideias, nem tão profundas, sem palavras, sem sentido... como se a noite fosse uma promessa de novas linhas interiores - minhas próprias juras à sombra de mim - sempre noturna, sou um mosaico dourado...
sempre razão (?) - mais horas que lembranças, mais conflitos - nesta ilha segura, os eventos se estendem à nova aurora molhada; enquanto espero mais um ansioso dia que me ligue ao mundo com teias sempre finas, translúcidas... e os meus nós não quero mais ter que justificar, só quero viver... enlaçada por coisas livres... 

domingo, 11 de julho de 2010

da proximidade das almas extensas...

(das aulas de romeno...)


Melancolie
(Lucien Blaga)

Un vânt răzleţ îşi şterge lacrimile reci pe geamuri.
Plouă.
Tristeţi nedesluşite-mi vin, dar toată durerea,
ce-o simt n-o simt în mine,
în inimă,
în piept,
ci-n picurii de ploaie care curg.
Şi altoită pe fiinţa mea imensa lume
cu toamna şi cu seara ei
mă doare ca o rană.
Spre munţi trec nori cu ugerele pline.
Şi plouă.

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MELANCOLIA

Um vento só seca suas lágrimas frias
nas janelas. Chove.
Tristezas vagas me assolam, porém toda
a dor,
que sinto, não sinto, em mim,
no coração,
no peito,
mas sim nas gotas de chuva que escorrem.
E enxertado com minha vida o mundo imenso
com seu outono e sua noite
dói em mim como uma chaga.
Para os montes passam nuvens com úberes
                                       [ cheios.
E chove. 


*Poemele Luminii / Os poemas da luz