quarta-feira, 3 de março de 2010

aos profetas parasitas

 *Gustave Doré
Em meus caminhos longínquos
Estrada arenosa
De que não fujo
E que me agrada andar,
Sempre me deparo com arautos
Profetas de coisa alguma
Que nada podem entendem
Na cegueira de sua ruína...
Me condenam
Me excomungam
Me ofertam cura
Naquilo que não entendem
Mas que supõem fazer de si
Criaturas mais distintas
Que eu...
Abdicam da própria vontade
Em favor de uma entidade
Para que, em culpa eterna
Transferem-lhe o cabresto
De suas existências desnecessárias...
Me desmancho em gargalhas...
No esquivo dessas sombras
Que entre pedras e palavras tortas
Açoites morais
Tentam-me o extermínio
Da “tão nefasta” Razão...

(sua natureza está longe de ser a minha...)

6 comentários:

  1. Que sejam as nossas decisões, as nossas pr´prias previsões e a receita mais certa da cura.

    Lindo e consciente poema, Daisy.

    Beijos

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  2. A iluminada peste... Tão inusitada fragrância que impede quem quer voar sem saber como o mundo voltará a ter sentido quando estiver cheio de asas a sangrar...
    Ainda bem que existe quem tenha a palavra como a mais afiada das espadas;)

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  3. A. Moni, querida...
    com certeza! pois somos nós nossos próprios princípios, fins e meios... do contrário "nada" seríamos...

    Obrigadinha pela visita!
    ______

    Jorge, querido...
    as palavras são nossos bens mais preciosos - motivo de combate, armadura, a espada afiada e o próprio golpe...
    Não sei se vejo um mundo amplo em novos e positivos sentidos... mas a experiência, acredito, é sempre válida...

    Beijos...

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  4. O mais belo universo deverá ser o nosso, salvaguardando a liberdade de escolha nos imbróglios em que a experiência e a razão nos remete. Assim, cada um tem o direito de ser como é desde que não faça mal a si nem aos outros.
    Beijos*

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  5. Por haver naturezas diferentes é que se pode saborear a verdadeira essência que brota em cada pessoa. A monotonia da igualdade não faz criar a identidade

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  6. Vivemos num mundo diverso. Mas nem sempre se admite...

    Que vivamos então aquilo que é seguro: o que somos...

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