sábado, 14 de maio de 2011

amarras


os dias já nascem velhos...
as pernas são cobertas de luz e tormenta
buscam a vida entre qualquer vida
olhos em qualquer olhar
nada quer de tão pouco
anseia apenas o sopro
o pulso
não o sono
não o peito vacilante...
tão púrpura vontade que não nega
a vida ainda é ínfima
que tudo se desintegra e não suporta
grita... e não se encontra
cava forte nova cova
deixa-se ao vento, a própria sorte
lamenta a inércia, ainda lamenta...
em ruas e vielas ermas
nada de si em tudo o que é
absorve a própria carne junto ao corpo 
mais uma vez, tudo o que resta
e assume os vazios
e assume as imensidões...
e a espera que ainda existe
já me pertenceu...
nos meus dias re-versos
minhas amarras douradas...



*Saudade destas linhas, desta escuridão...


5 comentários:

  1. Seus posts que dão saudade da época em que eu compunha.
    As palavras da nossa língua ficam tão bonitas quando usadas por quem sabe. Morro de inveja.

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  2. Solte as amarras ao vento...
    Bela postagem, parabéns!

    Um beijinho carinhoso pra ti.

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  3. A força é absorver. Do fluxo, reter, espalhar e reunir. AS palavras sentem isso.

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  4. Os dias nascem velhos
    em horas vazias

    Belo poema,

    Bjo

    (de visita com saudades de tua sempre impressiva poesia)

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  5. Alguns dias penso assim...

    Beijinhos carinhosos

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