quarta-feira, 1 de abril de 2015

Intermitente

Intermitente

 (para aqueles insones que se perdem em idiossincrasias)

Não brota mais nada do chão
No olho verde, as dunas de pele
Invólucro para a surdez da alma
Foge o ar difícil,
no refluxo dos dias mascarados
de lama, de buracos
distopia
Uma liquidez perturbadora em que a boca escorre
Anos, lacunas, esterilidade,
o nojo da carcaça e o acolhimento,
da corda sempre firme do marinheiro
às sementes que vagam perdidas.
Mil retalhos que nada são
Brotam do papel sujo
- sangue, bolor e asco -
e com uma gota de vida só,
versos viram vida também.

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