domingo, 21 de março de 2010

Cordas


as horas correm
no corpo largado
em minha cama
olhos que me olham
no resto que sobrou
quem sabe, o que realmente sou...
romperam-se já as cordas
que te prende ao meu consumo
Vá nesta hora que te embala!
sem tentar decifrar o que há ainda
carne além
- além do fruto ácido, 
superficialidade que já te dei -
à parede infinita
que serpenteia meus limites...
das minhas cabais evidências...
e grite ao mundo, se quiseres,
que coleciono corpos des-cobertos
em função de sofrimentos renegados
guardados só em mim,
pois hoje sou soturna
nesta sombra corrente
quando há mais céu que lua...

6 comentários:

  1. Os corpos que se vêem podem não trazer os sorrisos que se sentem mas ajudam a nos aliviar do fardo da solidão...
    Gostei do texto:)*
    beijos***

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  2. Sim... porque mesmo os corpos que não ultrapassam as muralhas que somos (pq não deixamos) ainda sim são experiências a serem vividas...

    Obrigada, lindo!

    bjs

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  3. [palavras há que sabem a fogo em água gelada, como se fossem as origens da palavra, e da palavra a poesia]

    um imenso abraço,
    em poesia, Daisy

    Leonardo B.

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  4. a palavra está nisso: no ponto de confluência de coisas opostas, está naquilo que sobressai do resto... no relevo disso avistamos algo poético... a ponta de um iceberg...

    obrigada, Leonardo, pela visita e comentário!

    grande beijo,

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  5. Depois que enventaram o relogio o homem perdeu a liberdade, tem hora de acoradar,se alimentar, trabalhar,hora para quase tudo ,
    A tristeza não respeita a hora ,mas a alegria também não ,não devem nada a nimguém .Que horas é agora?

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  6. a hora ainda é um simples adorno diante das possibilidades ou daquilo que não pode ser quantificado em tempo... ainda assim a hora quer nos engolir, roubar de nós o momento...

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