quarta-feira, 17 de março de 2010

VOYEUR



Se aos dias buscam os olhos
Tua imagem preferida
Um olhar que te arremata
Te condena e aproxima
Daquilo que mais quer
Na delícia não percebida...


Pés salientes na suspensão
Daquilo que sou e exibo
Caminho nos teus pensamentos
Nos olhos vorazes sentidos
Devorando-me à distância
No calar do teu silêncio...


Num “momento-quase”, percebo
E roço-te os dedos à face
No sabor da correnteza
Uma permissão concedida
Um consentimento rasgado
Que te mata aos poucos, até mim...


A língua ferina é sempre chicote
Em versos, teus desejos transpostos
O que teus olhos furtam em pecado
Ao meu saber, uma reverência leve
Entre as pernas entreabertas
O desejo evidenciado do não-visto...

4 comentários:

  1. Belas palavras, até mexem com a imaginação. Acredito até que esta seja a real intensão.

    Sempre que posso acompanho teus textos.
    Parabéns, é tudo muito interessante, Bjs!!!

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  2. Obrigada, Affonso...

    e será que há algo mais interessante que do que uma real intensão?

    obrigada pela visita e seja sempre bem-vindo!

    bjs

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  3. Acabo de conhecer seu blog.
    Gosto desses pedaços de você, tem muita sensibilidade na sua arte.
    Um abraço!

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  4. Oh, Crissant!
    Espero que meus pedaços tragam novos insights na sua vida em algum sentido!

    Obrigada pela visita!
    Bjs

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