sábado, 19 de fevereiro de 2011

do tempo

(para quem - lá longe - olha pela janela e mesmo assim se encanta com coisas demasiado humanas...)

na passagem do premeditado
a espera torpe do tempo
um quase-algo.
em slow motion
seguem os olhos
paisagem irremediável
mudança fértil,
natureza humana...
espera.

as pequenas coisas selvagens
ficam num canto, caladas
hoje, é fitar as folhas cadentes
e viver os pés leves, pensamentos
sentir a vida além...
incendiar as palavras
com saborosa cautela...

6 comentários:

  1. [um tempo de pausa, principio de todo o movimento, sopro que se torna vento, na palavra mais interior]

    um imenso abraço, Daisy

    Leonardo B.

    ResponderExcluir
  2. As palavras são sempre incendiadas pela alma e a tua escrita incendeia o momento... os pensamentos surgem...
    Saudades*

    ResponderExcluir
  3. Leonardo B. - a busca é constante por essa palavras interior...

    super beijo


    Jorge - que seriam das palavras sem os efêmeros momentos que são captados pela alma, não é?!

    *saudade também

    ResponderExcluir
  4. Se em todos os momentos houver arrepios, eles próprios ganham metamorfose, por isso se vai mais além

    ResponderExcluir
  5. Todas as vezes q passo por aqui, acabo me perdendo nos conteudos. Todos de bom gosto. E com alma!

    Parabéns pelo trabalho!!

    ResponderExcluir
  6. treva e seda



    entre esfinges : o olhar se alvoroça

    convulsivo -
    não veremos jamais
    elaborar as tardes
    à golpes de relâmpagos

    corpo e carne -

    mas o corpo é frágil
    e em cortejo
    a carne se entrega

    à marcha da cadência em rios
    de pura lira d'água:

    tramamos
    as mãos coroadas de cristais !

    semicerrados o horror os consumia
    casulos entre treva e seda
    cílios de ouro ou quase espinhos

    - delírios das pálpebras já dissolvidas -

    ResponderExcluir