segunda-feira, 21 de setembro de 2009

velharia...


Atemporalidades

Não ouse me encarar nos olhos para refletir um erro seu, para medir forças comigo, com minha feminilidade, minha ira felina... não tente ver até que ponto posso ir, até onde agüento, qual será meu passo seguinte, o meu limite... (...)
do mesmo modo que posso me atracar em teu pescoço mordendo e gemendo e te fazendo gemer comigo, posso dilacerar a tua carne, com um olhar cortante - e apenas um, pois meus atos impensados fogem de mim, e os friamente elaborados... ah! esses não me pertencem mais há tempos... assim como às vezes me fogem as palavras adocicadas e sutis, arrebatadas para fora da minha boca... qual beijo, qual bocejo... encontrando quem não os mereça ou não chegando em quem se faz distante... (...)
venero minha ira assim como meu prazer; não os tente - não há limites entre ambos... e não tenho que concluir qualquer idéia que comecei, só para parecer coerente diante de ti e de todos, para parecer menos com um mero pedaço de carne (...)
ria de mim, mas não tenho que sustentar coisa alguma e às vezes nem tenho que defender posições que assumi para mim, pois quanto mais nítida diante de ti eu pareço alva, límpida, apurada, refinada, mais obscuramente nítida eu posso parecer, só para não te surpreender mais, só para quebrar com o cotidiano, com o teu trivial... e mesmo assim eu te surpreenderia, e te venceria (...) - (23/06/2006)

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