BEBIDA DE EFEITO REVERSO: QUANTO MAIS BEBO DESSAS PALAVRAS MAIS A REALIDADE ME É EVIDENTE MAIS DA CONSCIÊNCIA EU CONFESSO
(O efeito é consciência: bebo palavras e a realidade eu confesso)
(mas palavras para mim só podem ter este efeito, só podem ser fortes, difíceis de engolir e que nos entorpecem com aquilo que nos deixa mais presentes com a realidade - nunca é fuga... ou seria uma fuga inversa?)
eremitas perdidos entre árvores de concreto, nós uivamos uns para os outros sobre os pedaços de nós que ainda ficaram... sobre essa distância do EU e entre nós... pela descoberta de frações de sombra sem cor... que ainda compõem nossas identidades...
(essa linguagem oculta de tudo me atrai pela consequência que causa...)
Já se passaram anos correndo atrás do caminhão barulhento, cortando a cidade e a noite em ziguezague. Nem era ainda um adolescente quando sua própria necessidade bateu-lhe a porta, o retirando da frágil segurança de seu lar para uma rotina parecida com a de seu pai.
Quando não trabalhava – uma raridade entre seus dias - conseguia sentir o aroma que a noite tem – repleta dos cheiros quentes de plantas noturnas, suaves, delicadas – como se estas lhe dessem também a oportunidade de vagar pelo vento, sair de si, só por demonstrar seu interesse em cheirá-las – elas o presenteavam ao seu modo, segundo ele. Era um especialista em cheiros – sabia que os bons nem sempre eram bons, e os maus, todavia, não eram maus. Sua curiosidade por decifrar os odores que o cercavam era quase um vício e isso lhe deixava feliz. E guardava para si o desejo de encontrar, algum dia, algo que nunca tivesse sentido, um cheiro de que gostasse, que fosse incomum, que fosse arrebatador. Jamais havia se acostumado com os odores que eram próprios dos objetos que recolhia ou de seu caminhão. Todos eram singulares. Entre todos poderia haver um aroma que desconhecesse, um cheiro especial ao seu nariz e a seu gosto.
Seu corpo era pequeno e os músculos saltantes deformavam sua silhueta como se o tempo não lhe tivesse dado chances de crescer de maneira apropriada. Os olhos - estes permaneceram com a doçura do menino que um dia foi, num azul escuro infinito, mesmo compondo um rosto cansado e marcado pela sujeira e pelos anos. Às vezes, entre uma lixeira e outra, entre uma avenida e outra, quando parava para descansar, tirava as luvas e ficava por uns minutos apreciando suas próprias mãos, pequenas como as demais partes de seu corpo, para verificar se tinha alguma nova bolha, algum ferimento, ou simplesmente algo novo. Mas em geral, já tinha se acostumado a não sentir mais nada, a não ser os odores múltiplos que as coisas possuem.
Corria demasiadamente atrás dos sacos pretos, das grandes latas escuras, das caixas e caixotes, dos vestígios que os outros deixaram ali propositalmente para que ele cumprisse o seu ofício diário. Corria – ofegava – corria – o ar lhe faltava – corria. Poderia ir correndo a qualquer lugar, mas teve que se acomodar com a idéia de que esse seria seu lugar – ou este ou coisa nenhuma, e coisa nenhuma era uma idéia muito ruim. Então era melhor correr, ir alçando com as mãos as coisas deixadas por aqueles que agora dormem em algum lugar, correndo para não ficar para trás de seus companheiros, correndo para não ser um estorvo a ninguém. Correndo atrás dos cheiros das coisas.
Corriam também as gotas turvas de suor por seu rosto – várias delas, em contraponto com a madrugada fria do sul do país. Geralmente só percorria seu itinerário e traduzia os cheiros que lhe vinham, não falava muito. Também não se prestava a ouvir as piadas e os passatempos dos colegas de trabalho. Estes às vezes o achavam estranho, como se estivesse no mundo da lua, com algum problema mental, quem sabe. Mas ele, atrás do desgaste cotidiano, se mantinha feliz, sem esperar muito da vida – porque não tinha que esperar nada – até os desejos infantis já haviam se decomposto com o tempo: o sonho de jogar bola como carreira, de entrar para o clube, de sentir o aroma verde da grama... - não lhe doía mais não poder tocar nessas coisas. Só não tinha sonhos, mas era feliz. Tudo doía, mas era feliz, pois não criava expectativas pelas coisas que fazem a cabeça de todo mundo – a não ser a estranha busca pelos odores desconhecidos.
Correndo por muitas ruas, havia decorado o movimento das árvores incrustadas nas calçadas da cidade à sua margem. Todas as árvores tinham seus cheiros próprios, uma identidade olfativa para ele, que só ele conhecia. Mesmo aquelas que não tinham flores.Expeliam um buquê de novas e velhas sensações que, misturadas com as gotículas microscópicas de orvalho, impregnavam todas as coisas. Corria com os olhos fechados e tudo isso tomava conta de si.
Mas tinha também o cheiro dos dejetos humanos, da comida que não mais servia, das coisas gastas – acre, azedo, disforme - tudo o que havia dentro do caminhão deixava seus cabelos lisos e negros cheios de um vestígio que não saia lavando, que permanecia com ele, como se ele próprio se fundisse àquelas coisas – ele não gostava, pois já tinha uma identidade e não precisava parecer-se com isso. Os restos do caminhão não tinham um cheiro agradável – não que ele o concebesse como podridão, mas eram tantos os odores, tantos de uma vez só, que não era algo sempre apreciável. Era o cheiro de sempre, sem ser o cheiro de sempre e estava farto, pois queria que seu ofício lhe possibilitasse algo novo, não convencional.
Continuava correndo noite a dentro e quanto mais corria, mais o ar lhe faltava e não conseguia respirar. E continuava correndo.Até sua respiração voltar de súbito, entorpecendo suas narinas com todos os odores do mundo de uma vez só – cheiro tão ácido que ardia suas vias nasais, amortecendo seus pensamentos. Há muito tempo passava por esse movimento de correr e de arfar, de perder rapidamente seus sentidos e de continuar correndo.
Mas nesta noite, quase no fim de sua jornada diária, sentiu que o ar não conseguiu retornar ao seu corpo. Sentiu um estranhamento e mil coisas lhe passando na cabeça, mas não identificou nenhuma ligação com as sensações externas, com as coisas de fora de si.
Sentiu um grito pungente vindo de seu peito, a dor mais profunda que jamais sentira. Queimava-lhe o corpo, as entranhas e a mente, retorcendo todos os seus músculos de uma só vez. Não sentia os cheiros, não ouvia as solas grossas de seus sapatos sobre o chão molhado cor de piche. Ouvia o caminhão e seus companheiros se distanciando e driblando as horas do serviço braçal com piadas e brincadeiras, como sempre faziam. E mais distantes ficavam as vozes.
E caiu na rua fria, sem conseguir gritar, segurando o coração como se o pudesse fazer. Achou que estivesse se diluindo no chão molhado, penetrando-o, tornando-se tão frio quanto à própria rua.
_ Pára, pára! Pára o caminhão! – gritou um de seus camaradas ao motorista, vendo o que não podia entender direito.
Ele nada mais ouvia, só queimava lentamente, até seu corpo permitir respirar mais uma vez. E ao invés do cheiro que não concebia ainda, mas que sempre almejou sentir – um novo aroma que o elevasse até onde nunca fora, que jogasse seus sentidos em uma amplidão sem fim – o único odor que captava em seu último respirar e que lhe tomava posse as entranhas era o azedo das coisas mundanas, deixados como uma trilha pelo caminhão de lixo.
Mantenho profundo desprezo À estas criaturas vulgares. Corja baixa, praga infame Que povoa cada fresta Que transpira podridão. Reles casta - da natureza, a mais imunda Profana tudo o que toca Contamina a limpidez exata Da ignorância - exaltação! Da liberdade - condenação! Rasga a carne mais forte E com os dentes, o coração. Exclui Repudia Escapa Corrompe Nem aos ratos se nivelam Os parasitas obtusos. Sofrida é a náusea da convivência Dias sem luminosidade. Mas caminho para dentro de mim mesma para onde estes não habitam, Pois há vermes que, diante do escuro, hesitam. Rosno para esse mundo escroto tal como escárnio e ele me responde em pequenas doses diárias, como se pudesse me alcançar.
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(... porque nem toda a poesia é cor-de-rosa... porque nem toda poesia se faz com água e açúcar.)
(o medo que os outros têm de nós, os fazem querer que nos desvirtuemos do caminho que haviamos escolhido... pena deles ainda sinto... seria uma fraqueza minha?)
Um brinde às noites que se seguem! Cálices fecundos ao alto! Que esse frio continue soprando na minha face! Que leve meus pensamentos Para que os que de mesma natureza, Possam neles se espelhar!
Construi minha honra nos limites do meu quarto. Exasperada pelo mundo externo, permaneço aqui... em segredo. É o teto desta minha fortaleza que me mostra: o horizonte é intangível. No ar rarefeito do meu confinamento Reconheci as coisas de fino trato, a atemporalidade das mentes universais a simplicidade da rara beleza, o pungente sentimento de romper essas muralhas, mas também a melancólica vontade de permanecer onde estou. Vejo da minha janela os vermes rastejandoprolixamente Num mundo sem a luz da primorosa percepção e não os invejo! Habito as ruínas do antigo pensamento e, por mais ferida que eu esteja - estilhaçada bem como tais ruínas, Me confio a esta prontidão. Bebo no cálice dos dias inexatos, aguardo uma mudança que nunca chega... Sorrio para o mundo cadavérico, cerro os punhos sobre minha armadura e vejo que essa luta não me traz glórias, mas pronta para um sobressalto permaneço. A ansiedade dos meus dias não se esgota, e os dias fogem não sei por quais frestas desta minha consciência. Miscelânea de conflito e abnegação Vivo eu nos dias passados que o mundo não mais verá. E decomponho-me, não me enquadro! Recrio! Um mundo sem muitas margens, pois o que levamos conosco é o que nos permanece para sempre!
(... então, o cavaleiro distanciou-se em demasia, percorrer sua sina ele foi... a princesa que ficou sozinha, teve que ela mesma derrotar o dragão...)
Não ouse me encarar nos olhos para refletir um erro seu, para medir forças comigo, com minha feminilidade, minha ira felina... não tente ver até que ponto posso ir, até onde agüento, qual será meu passo seguinte, o meu limite... (...) do mesmo modo que posso me atracar em teu pescoço mordendo e gemendo e te fazendo gemer comigo, posso dilacerar a tua carne, com um olhar cortante - e apenas um, pois meus atos impensados fogem de mim, e os friamente elaborados... ah! esses não me pertencem mais há tempos... assim como às vezes me fogem as palavras adocicadas e sutis, arrebatadas para fora da minha boca... qual beijo, qual bocejo... encontrando quem não os mereça ou não chegando em quem se faz distante... (...) venero minha ira assim como meu prazer; não os tente - não há limites entre ambos... e não tenho que concluir qualquer idéia que comecei, só para parecer coerente diante de ti e de todos, para parecer menos com um mero pedaço de carne (...)
ria de mim, mas não tenho que sustentar coisa alguma e às vezes nem tenho que defender posições que assumi para mim, pois quanto mais nítida diante de ti eu pareço alva, límpida, apurada, refinada, mais obscuramente nítida eu posso parecer, só para não te surpreender mais, só para quebrar com o cotidiano, com o teu trivial... e mesmo assim eu te surpreenderia, e te venceria (...) - (23/06/2006)
Os músculos saltantes não me intididam, nem seu olhar cerrado... provavelmente sumiria próxima a você, mas continuo a te encarar até que o tempo pare e mesmo que a chuva fina continue orvalhando meus cabelos... Nem todo o vinho do mundo me derrubaria, nenhum argumento me faria repensar meus passos... e mesmo assim nem caminho: minha estratégia melhor é conduzir você até mim...
(...)
Os meus ossos estalam sem quebrar o suposto silêncio da penumbra... mas me deixo envolver pela textura eternamente branca de seus cobertores, até que suas mãos encontrem novamente meus cabelos, e os tenha para si - bem como todas as demais partes do meu corpo...
(...)
Vivo com toda a vontade possível a imensidão de minutos que fazem deste momento real: a aspereza do seu rosto propaga uma rede de arrepios pelo meu abdômen, a parede fria refresca brandamente minha alma, enquanto suas mãos são capazez de içar minhas pernas contra si, num movimento quase desesperador...
a mão desliza para onde nem sabe... mas os olhos não fogem: permanecem inertes e presos em ponto fixo toda força jamais será o suficiente para mostrar o limite porque sempre queremos mais do mesmo e nada mais refresca nada amortece neste vão momento e não há mais nada que o movimento e a tentativa louca de chegar sem querer chegar
texturas ímpares de pele que se misturam aos arranhões incandescentes e, de todos os cheiros doces do mundo, nenhum que se equipare - fórmula secreta!
colunas eretas em cena! dos quase-animais de cabelos sedosos, apenas o gosto almiscarado na língua e vestígios púrpura sob a pele clara
o mais forte não vence, melhor é ser vencido! o mundo pára por uma pequena eternidade enquanto corpos derretem, se liquifazendo em rara matéria...
"Se o nosso mundo anoiteceu, Pergunto às portas fechadas Por tudo o que se perdeu No silêncio das horas caladas. Às sombras que me rodeiam Respondem palavras distantes, Vozes mudas que incendeiam Mágoa e água dos instantes Vivemos nessa ilusão Marés de um mar invisível, Anoiteceu a solidão Noite cega e impossível. Lágrimas e horas são segredos Fomos um país que morreu Ondas mortas nos rochedos Se o nosso mundo anoiteceu."
vive-se em pedaços quando nos deixamos espedaçar... então vivemos das nossas próprias migalhas. vivemos em pedaços nunca plenos em si apagados sob as sombras empoeiradas de um sótão escuro... e quando permitimos que nos espedassem ficamos neste sótão... intocáveis tepidamente esquecidos por uma década por uma vida inteira por um momento
gritando o silêncio nos arrastando para perto das frestas ensolaradas
No seus olhos estão impressas as coisas que você espera que eu decifre em você: o modo como você permitiria ser tocado, aquilo que arrepia sua nuca, sua curiosidade quanto a mim, tão pertinente, tão graciosamente infantil, as horas que você passou decorando a minha pele, o modo como você desejaria que me liquifizesse nos seus lábios, os pensamentos que te deixam mais corado... tudo: perfeitamente organizado, mas tentando fugir do trivial! Esperando ser reivindicado...
(...) Quanto tempo você passou esperando a insanidade mais desejada chegar a suas mãos? Quanto tempo você almejou essa compreensão? Quão prolongada foi sua espera pelas noites mais febris?
(...) Por mais comum que seus desejos sejam, me divirto com o que reconheço (mesmo de longe) em seus olhos e vibro quando seus pensamentos me envolvem e me fazem comparsa de sua fantasia - flashes intermináveis daquilo que te satisfaz ao meu alcance...
Estranho... não fosse esperado... Não consigo mais me mover, nem tenho porquê me mover... não há mais lados para onde me virar estou em inúmeros fragmentos que jamais se constituirão novamente na translúcida sombra que um dia fui... só restaram as sensações e a fugacidade... o que fazer com tamanha misantropia?
Te dou apenas fragmentos... Contente-se! Podem ser cristais M-U-L-T-I-F-A-C-E-T-A-D-O-S Ou pedaços desconexos e irregulares Cabe a você definir! Cabe a você escolher: qual de seus pedaços também farão parte de mim... como estilhaços seus que cravam na minha carne E assim serei para você: Nunca UNA mas poeira colorida que o vento leva...
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A verdade jamais foi verdadeira! Geralmente não há nada de VERDADE na verdade: cada um pinta sua verdade nos outros com tinta reflexiva. Criam-se histórias Sem VERDADE Sem vergonha... É daí que vem os fragmentos: de VERDADES destruidas TODAS estilhaços de VERDADE estas, VERDADEIRAS!
(...) Vela seu sono. Passa as unhas pelas costas dele, estrategicamente, sem acordá-lo. Persegue a força de seu arrepio. Por mais que pareça loucura, prefere estar ali a qualquer outro lugar do mundo – mesmo traindo a si mesma, mesmo sendo desonesta e obscura.
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Sente o cheiro adocicado de seus longos cabelos; desliza as unhas vermelhas pelos seus músculos cansados. Beija-lhe a pele como se quisesse tomar para si um pedaço de sua carne – um troféu. Não há como reparar o mal, tudo vibra por estar ali. Já está feito. E por mais que pense no que fez, ela não fraqueja – nem se quisesse seu corpo obedeceria. Está onde quer. Treme ao sentir o gosto doce de sua pele. Treme e, sem acordá-lo, vira-o para si. Desliza a mão que ferve por todo o seu corpo. Por onde andara esse corpo? Analisa os vestígios que traz; cicatrizes, não alcança nenhuma com seu olhar. Passa seus lábios, quase sem encostar, nos lábios dele – imóveis e igualmente cansados. Ela - alerta, febril, vibrante - explora-lhe o abdômen com os lábios, com um cuidado incisivo, felino – e, desta forma, antes de tudo, vela seu sono. Quer este momento só para si.
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Parte em busca daquilo que lhe dá sede. Não se importa mais se ele irá acordar, se o assustará. Ela é mulher, e toda mulher deveria render-se a própria vontade, deixando as trivialidades, o mundinho da atual mediocridade feminina de lado, e partir em busca de seus instintos perdidos. A língua é um prolongamento de seu coração, que lateja, retirando-lhe, aos poucos, o ar de seus pulmões. E numa dança hipnótica perde-se, em movimentos, ora regulares, ora em contraponto.
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A penumbra da noite fresca - inebriada pelo vento brando que vem de longe - é cortada pelo olhar lascivo daquele que antes dormia, agora mero observador – não fosse pela força que se projeta dentro de seu corpo. E, antes que pudesse ousar qualquer movimento, seu corpo já havia sucumbido - caiu de muito alto mesmo sem jamais se mexer, lançando sua consciência para longe. Contorcia-se plenamente. Está onde sempre quis estar.
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Ela também o observa, com olhos de gato, sem se importar em explicar-se. Por alguns segundos, atem-se a cena que causou, com estranha curiosidade. Sorri sutilmente, levanta-se e caminha, rumo a solidão da noite insone.
(novembro/2008)
--->> Só publiquei isso aqui por mera sugestão de um amigo... sem mais motivos.
Minhas palavras ainda são cruas Arranham a garganta Sufocam porque querem sair Mas não as permito. Busco ainda a luz que lhes faltam. Não a rima, a Luz! A Música! O sentido para elas existirem, para tudo isso! Que por trás de cada gole de noite Querem viver e não conseguem. (continuam a me sufocar).
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SOCIOFOBIA FOBIA SOCIAL ÓCIO LÁBIOS BOCA SÁBIA LOBA SOCO FACA... FICO ALI... SÓ!
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Me propago pelo vazio num balé tocante como a fumaça do incenso que intoxica e mão nenhuma pode me prender.
Estou lá e ali Mas não quero mais ser Mas não quero mais estar nem ser vista... jamais.
Este é um blog de impressões: algumas acontecerão em forma de poesia, outras irão apenas acontecendo... sem qualquer pressão! Poderão ser palavras cheias de "progressividade", cheias do "fantástico", cheias de som, cheias de cor... cheias de mim! Ou não...
(...) A floresta de pensamentos é densa Os olhares de reprovação são frios... E a gente continua caminhando... a sós - todos nós. Rumo a onde? Deixemos a densidade da existência Tormar-nos conta... e nos levar à uma compreensão maior do objetivo de caminharmos...
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(...)
Atire-se! Entregue-se a uma nova realidade! Soon - Soon - Soon!!! Mergulhe na sua própria ferida e ache a cor a dor o sentido escondido à sua sombra.
E nada mais que isso! Apenas um gole de (dry) silêncio, Gotas de chuva colorida na face E nada mais que isso! _________________________________
(...) Pedaços de cristal... milhões de pedaços - sou ainda capaz de quebrar?
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(...) Quebro-me apenas sob toques ultra-bruscos Pelo menos quebro-me! Me esfarelo! não me remendo - Renasço!!!
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Poucas são as palavras que consigo segurar O resto o vento leva... Será que as verei novamente?
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Somos todos animais Mas não reconhecemos essa magnanimidade Preferimos nossas máscaras morais... Enfim, deve ser bom ser Lobo...
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Os dias jamais voltarão... sua vida está indo embora! Triste constatação!!!
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Quem causa repúdio (mesmo que de maneira injusta) Poderia também causar falta?
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Acre é o gosto de certas línguas: isso vem da cerveja ou das palavras cruéis???
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Charada:
... porque você me olha, mas não me vê... ... porque fala de mim mas não me conhece... e jamais chegou perto de uma afirmação realista a meu respeito.
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Não pertenço a este mundo: me dê mais uma cerveja! ... e mais uma cerveja! mais uma cerveja! uma cerveja! cerveja! !
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Deixo-me permear pelos raios catódicos da televisão... Se ela não pode roubar meus pensamentos Que me faça luz e energia!
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Tento ser volátil... mas são tantos os olhos que me seguram aqui...!
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Não quero ser a musa de suas fotografias: quero mergulhar nelas!
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PaRaNóIa? Pode ser! - (levei anos para dizer isso...)