quinta-feira, 24 de setembro de 2009

MISANTROPIA JUSTIFICADA


Mantenho profundo desprezo
À estas criaturas vulgares.
Corja baixa, praga infame
Que povoa cada fresta
Que transpira podridão.
Reles casta - da natureza, a
mais imunda
Profana tudo o que toca
Contamina a limpidez exata
Da ignorância - exaltação!
Da liberdade - condenação!
Rasga a carne mais forte
E com os dentes, o coração.
Exclui
Repudia
Escapa
Corrompe
Nem aos ratos se nivelam
Os parasitas obtusos.
Sofrida é a náusea da convivência
Dias sem luminosidade.
Mas caminho para dentro de mim mesma
para onde estes não habitam,
Pois há vermes que,
diante do escuro, hesitam.
Rosno para esse mundo escroto
tal como escárnio
e ele me responde
em pequenas doses diárias,
como se pudesse me alcançar.

____________________________

(... porque nem toda a poesia é cor-de-rosa... porque nem toda poesia se faz com água e açúcar.)

(o medo que os outros têm de nós, os fazem querer que nos desvirtuemos do caminho que haviamos escolhido... pena deles ainda sinto... seria uma fraqueza minha?)

4 comentários:

  1. Mas a pena que sente ali eu entendo por compaixão!
    Compaixão é uma virtude bonita ... ñ acha ? kkk

    Tenha um ótimo dia moça ! continue assim com essa sua graça !

    bj_na___alma !

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  2. acho que é pena de certas criaturas, sim... mas não é só pena destas que eu sinto... (apesar de pena ser um dos piores sentimentos às vezes)...

    Obrigadinha por comentar!!!
    ;-)

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  3. me identifico muito com essa sua poesia
    e sei que alguns de meus amigos também.
    uns ficaram pelo meio do caminho
    outros continuaram sentindo até hoje.

    olha tem uma frase no meio dos seu texto que
    tava na minha cabeça a um tempão ja:
    "Mas caminho para dentro de mim mesma"
    temos muito em comum.

    abração!!!

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  4. Tomei a liberdade de conhecer seu trabalho e posso dizer seguramente que me identifico com ele também...
    Acredito que possamos trocar alguma experiência, quem sabe...

    Dentro de nós mesmo há muito do que teimamos em buscar nos outros ou fora de nós... num mundo cada vez mais caótico, prefiro meu próprio caos que o dos outros...
    Obrigada pelo comentário!!! Me trouxe sensações criativas e vivas...

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