terça-feira, 29 de setembro de 2009

PROJEÇÃO...


o poema não pára de falar sobre mim:
das coisas estranhas
do mundo indigesto
dos dias prolixos
das figuras bizarras -
descontentamento...

o poema não pára de falar sobre mim:
dos fantasmas reais
da força imaginária
da coragem obrigatória
da consciência intacta -
confronto!

o poema não pára de falar sobre mim:
da grama molhada
da meia luz do novo dia
do manto branco entre as árvores
do sussuro do rio -
segurança...

o poema não pára de falar sobre mim:
do corpo inquieto
na hora exata
dos olhos presentes
do gosto da boca -
infinitude!

o poema não pára de falar sobre mim:
do não saber sobre si
do perfil oculto
do efeito que surte
do toque de quem o lê -
ambiguidade...

(... e por mais que as horas passem, as sensações se eternizam, em cada parte do corpo... só ainda não descobri o sentido para eternizá-las)

2 comentários: