domingo, 4 de outubro de 2009

vestígios noturnos

(de Lauri Blank)

(...)
é o momento em que o corpo
deixa de ser apenas massa significativa
e amplifica-se em múltiplos sabores...
espaço finito entre a mão e a pele lisa
gestos curtos sobre o improvável
leveza denunciante da hesitação.

e os olhos escorregam por todas as partes
- os olhos, a respiração, a intenção...
fluem como se não soubessem o objetivo de fluirem
tentam parecer perdidos quando não estão...
alternados e comprometidos
em fugirem e em se fixarem

e nestas paredes que ainda nada ecoam
salvam apenas as intenções verdadeiras
labaredas imaginárias
destes pequenos esforços em se manter sóbrio
enquanto o corpo seguinte
o instiga em afogar-se...

e a noite continua soprando
profundo é seu gosto...
na reles penumbra que nada esconde
o corpo brilhante grita para si
,
sonhos feitos de carne
,
olhos famintos...
e sem mesmo se mexer, o corpo vaga...

observar (apenas) - pessoal tortura
quando sua figura oposta aproxima-se
(verdes, os olhos se incendeiam)
tocando sem tocar - queimando-o em ondas intensas
cálidos são os arrepios...
Vibra seus lábios com pura estática...
roubando-lhe para si todo seu ar febril...

(...)

(a melhor imagem é aquela que você mesmo faz diante das palavras que lê...)
(ouça o que eu ouço: You shook me/ Led Zeppelin ou Tender Surrender / Steve Vai)

Nenhum comentário:

Postar um comentário