quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ECOS...

risos fáceis
chutam a lixeira
no profundo da noite,
dançando entre brumas e fumaça doce
da harmônica, a música...
gritos demarcam
a euforia contínua
e risadas fazem doer
os músculos abdominais...
abissais sentimentos
na boca fermentada
- vermelha e dourada -
na boca destilada
- gosto de madeira verde -
E entre misturas noturnas
na transparência do vidro
vejo as bobas aves de rapina
ao redor do corpo
cobiçando todas as partes...
caretas ousadas:
rio de vocês!
O som distorcido
a derrubam no chão
e mais cinco!
O teto gira louco
e loucas são todas as coisas
mundo de concreto
cheio de linhas coloridas.
E a noite camarada,
às vezes traiçoeira,
nada deixa faltar:
das lágrimas
aos risos
grandes goles de vida...
e os hematomas esquecidos
faz do corpo cartografia...
lábios com gostos atraentes
do limão, o gosto de cana fresca
outros lençóis cadenciados
que sejam todos os minutos profanos
não me importo com o instante
a noite que liberta
- liberta até demais -
é a que faz esquecer...
É sempre a mesma noite pueril,
como o sereno da calçada
que ao meio-dia
não mais existe...
e o que você jurou
nem mais se lembra
deixe tudo passar
mesmo que quadros feios sejam pintados...
Beba o café matinal
que as correntes forjadas no Sol
te golpearão mais uma vez...
e a realidade te puxa...
até que você se deixe perder novamente
qualquer noite dessas...

(e numa noite dessas, nesses caminhos tortos, a gente se encontra e bebe uma juntos...)
(... e a Maior-Abandonada sempre foi rainha de si mesma... e o abandono sempre foi charme...)

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