terça-feira, 6 de outubro de 2009

Considerações acerca da Margem do rio



Na margem ampla desse rio,
- verdor orvalhado -
- consciência sempre fresca -
Viva independente da corrente
conheça aquilo que as águas não puderam levar
leve consigo o que puder carregar...
Siga a margem,
não se perca!
Fluidez solidificada!
Crie raízes profundas,
apanhe o que lhe interessa
e deixe a água levar o resto.
Gotas compõem esta serpente uníssona
nenhuma mais reluzente...
Enquanto na sombra marginal
vibram os ângulos variados
formas sem estereótipos...
Os fragmentos mais ilustres do mundo
na margem foram parar
e até hoje lá residem!
Não beba desta água:
beba sua margem tênue!
Há sempre mais vida em sua margem
- antiteticamente vida! -
variadas percepções do próprio rio
criaturas cantantes
sonoridade cotidiana
gritos lúcidos
Ouça o que o rolar das águas esconde...
Não é o rio que se espelha em você
e nem sempre é possível espelhar-se no rio
Como ele próprio nunca é o mesmo,
permaneça ao lado esquerdo!
e aproprie-se de si!

(vivendo o meu descompromisso com a estética academizada da poesia...)

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