quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Som


(Noite Estrelada -Van Gogh)

Polaridade única
atrai um silêncio que vibra
e transforma os poros,
receptores dessa singularidade,
da música que impregna a carne
sonoridade efusiva
invade a alma
lançando o corpo
em movimentos coloridos.
Êxtase consciente
encontro e fuga...
e estas notas cortam o ser
em vários pedaços
mil realidades
progressividades antagônicas
que você vivencia
num último suspiro...
Grave é o suspiro
agudos são os rápidos instantes
dessas mãos ágeis
não-físicas
que os olhos não acompanham mais...
Deixando-nos pular
num mar sem fim
de impressões eternas...

(poucos permitem-se sentir o som como ele realmente é...)
(e pelo cheiro da noite o som se propaga...)

4 comentários:

  1. é filha de todas as cores possíveis...

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  2. Vislumbrei um musico seja ele violinista, pianista ou um outro que seja.
    Como eu e meus amigos já aviamos tentado descrever momento quando ficamos em transe quando estamos executando uma peça.
    Excelente a maneira que você descreveu não sei se foi a sua intenção
    Mas achei linda. Outras pessoas podem ter uma outra impressão ao ler é isso que eu acho bonito em se poder trabalhar as palavras fazer as quem lê imaginar cenários e cada
    Um a sua maneira

    É lindo o dom que você tem Daisy !!! bjos tenha um ótimo finds

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  3. Obrigada, Saulo! Muito gentil suas palavras...

    A intenção foi essa sim, sem dúvida... a música tem esse lance: tira a gente do estado comum e nos lança para um contexto tão múltiplo de sensações que a entrega total é a única coerente a se fazer nessa vida (a semelhança com o transe não é mera coincidência)...

    Obrigada pelo gentil comentário!!! ;-)

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