terça-feira, 22 de junho de 2010

INCONSTÂNCIA


Dentro...
            alma em tormento...
                    o vento... o vento...
                            a ceifar pensamento...
Fora...
                a hora é agora... 
                  sem mais tempo,
                        sem qualquer demora...
                            só chora, só chora...
(e a gente resiste a tudo e ainda vive...)



* SEM REFERÊNCIA DA IMAGEM

sexta-feira, 18 de junho de 2010

INSULAR


(...) 
rasgam-se espaços em movimentos quebrados
de suspiros e intenções insanas
busca tudo ou só feridas
para emudecer aquilo que um dia foi
momentos cadáveres que já não latejam
na alma de alísia claritude cinzenta...
excrescências por toda a parte
no mundo interno e sem limites...
mas rompem-se os silêncios glaciares:
nos quadris envoltos de um mundo descrente
a dança serpentina da luz crepuscular
almíscares cabelos em liberdade balançam
e na consciência que foge num falso morrer,
não seguro os olhos que se cerram adiante...
sobra o nada a abater o corpo
no topo efêmero das vicissitudes ligeiras
e nos lábios de quem quer gritar coisas suas,
pensamentos somem sem serem ditos
cai-se e partem-se mil indefinições
quando os enlaces se esvaem em ar rarefeito
e a escuridão singela é novamente constância...
(...)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ilusão


caos sempre límpido no relógio,
os calos latejantes das horas,
dados os ponteiros à inflexibilidade
há um tempo sem nada a memorizar
olhos que sempre buscam uma fenda oblíqua
entre números congelados na parede
como se não houvesse
chance alguma de viver
mas é plena ilusão, a hora:
nidificando confusões reais
em gotas efêmeras do tempo...