terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ecos das minhas anotações (excerto qualquer)



(...) Fui tratada como alguém de fora que veio só para servir... e apesar de ser ainda maior que esses anos de solidão, sou tida como essa peça distorcida do quebra-cabeça alheio... a metade incabível do que os outros renegam em si e que em mim refletem – e nada tenho com isso – apenas brigam com seu reflexo... como se por trás não houvesse outra natureza, outro ser, outras dimensões capazes de se desintegrarem com tantas investidas...
E é por isso tudo, que estas palavras são somente minhas (e de mais ninguém), que me dou ao luxo de ter tudo o que mereço... de me achar ainda que tardiamente dentro das minhas próprias possibilidades (...)




*sem referência da imagem

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Naked

*Imagem de A. Britto

Disciplina é desejo...
Doma-se o corpo desgarrado,
Não os gostos maiores...
Meus olhos são minhas algemas
quando se põem nestas lacunas,
Nos teus novos limites,
que seguem em teu corpo...
daqui, vejo-te febril,
na tua própria ebulição silenciosa
inflama-me a garganta as palavras não ditas
e o poema se encerra nos pedidos entendidos
gritos corporificados,
vazantes e desígnios,
desejo, sempre desejo...
e disciplina...

(me molho à chuva
à sombra faminta
do teu plexo solar)