quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Maldizeres




esvazio o vazio dos outros
sua falta de hiatos
esvazio o que nada há
além das crenças e dos limites
das vendas e do cansaço
forçosa conveniência...
esvazio o que não me serve
me livro de quem me impede
este caminho sem caminhar
o vazio dos outros que em mim há
nada sofro ao se esvair
aquele tempo que se perde
e que não me perco
indene, eu penso ainda
e penso no que não se deve,
e nada se deve pensar...
pois deus deve ter rédeas
a crença, chicote
as ovelhas, viseiras
a moral, cegueira
e eu, naquela caixa verde,
uma solene náusea,
até o desconcerto 
enfim, a liberdade
escondida, se dispõe...
mais uma passagem inútil
mais uma confirmação
de que o mundo ecoa...
e não há respostas do outro lado.



*que o lobo sempre vença...