sábado, 19 de fevereiro de 2011

do tempo

(para quem - lá longe - olha pela janela e mesmo assim se encanta com coisas demasiado humanas...)

na passagem do premeditado
a espera torpe do tempo
um quase-algo.
em slow motion
seguem os olhos
paisagem irremediável
mudança fértil,
natureza humana...
espera.

as pequenas coisas selvagens
ficam num canto, caladas
hoje, é fitar as folhas cadentes
e viver os pés leves, pensamentos
sentir a vida além...
incendiar as palavras
com saborosa cautela...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

em resposta a Fome...



A casa é só mais silêncio
a fome, é a palavra
os perdões, deglutidos, inexistentes
na pele deste ninguém que longe queima
pois vive...
no sorriso indecifrável
daquele não-saber vivente
da vida - nunca realidade
uma vez que o real
parece ser tudo o que tenho
e os passos precisam ser dados
e assim ser "algo"

prosseguir da propulsão
de ser quem somos
sem certezas
sem ainda antecipar a Fome

pois cada linha destes gestos
um mergulho único, aproximação
um sorriso
uma dose de vida

(devoro-me os interiores
para te entender
e no interior de si
devorar-te também)

*referências da música, clique Goear / sem referências da imagem

domingo, 6 de fevereiro de 2011

De Emil Cioran

"Quando se percebe existir, experimenta-se a sensação de um demente maravilhado que se surpreende com sua própria loucura e busca inutilmente dar-lhe um nome. O hábito embota nosso assombro de existir: somos, e vamos além, ocupamos nosso lugar no asilo dos existentes (...)" - Cioran